Vou provar que você está vivendo o roteiro do filme "A Substância" e nem percebe!
Alerta, contém spoiler!
O filme começa nos apresentando Elisabeth, uma mulher que, desde jovem, faz sucesso e é amada por todos por ser bonita. Mas ela envelheceu, assim como todas nós vamos um dia, e foi demitida. Ela não era mais o que as pessoas gostavam de ver.
Ela se percebe desesperada pois tudo que ela tinha construído era sua carreira e o amor que achava que recebia na fama. Ela achava que só ia ser amada se fosse jovem e bonita e, em vez de seguir a vida e descobrir novos caminhos, ela entra em desespero pois o fato era que ela só tinha a beleza. Tudo na sua vida era baseado nisso.
Então, aparece a milagrosa substância e o slogan era: torne-se a melhor versão de si mesma, seja perfeita e seja amada e aceita de novo.
Aí começa todo o estilo body horror, com suas cenas que classifico como bem horrendas, doem na alma. Voltando para a história, ela recebe um convite para participar do experimento e usar A Substância. Ela injeta e simplesmente sai uma outra mulher da sua coluna, rasgando tudo. Essa mulher era linda, perfeita, sexy. Tudo que ela queria e idealizava ser. E temos o prazer de conhecer a Sue.
As regras eram básicas, a Sue existia durante uma semana e se mantinha com doses do líquido da coluna de Elisabeth e nesse período mantinha o corpo da pobre, velha e capenga Elisabeth num quarto escuro e com a sonda de alimento que veio no kit da substância. Elas existiam em semanas alternadas e precisavam respeitar esse equilíbrio.
A sexy Sue conquista a vaga antiga que a velha capenga tinha sido demitida e vira uma estrela que é idolatrada e amada. Todos a amam. Mas, ao longo do filme, percebe-se que Sue não é a Elisabeth. Elas não tem a mesma consciência. Elas apenas dependem uma da outra para sobreviver, e Sue começa a quebrar o equilíbrio e acaba ficando 3 meses seguidos existindo. Ao final isso tem um preço, pois ela se mantinha com fluidos vitais da original: a velha capenga e esquecida que ficava mofando no quarto escuro para dar espaço para a versão perfeita existir.
Então um dia o líquido acaba e Elisabeth acorda e vê que envelheceu 30 anos em 3 meses, tinha dedos podres e parecia aquela clichê bruxa idosa que temos em nosso imaginário. Sua vida toda tinha sido sugada para manter a versão perfeita. A cruel verdade que ela precisou encarar foi que: dar origem para a perfeitinha Sue destruiu o resto de vida que ela tinha. Ela foi totalmente consumida e destruída.
O que o filme te haver com a minha vida?
Esse é apenas um resumão da essência do filme. Ainda existem muitos detalhes e tópicos a discutir, mas esse é o mais essencial a se saber para entender a ideia que quero compartilhar.
Eu tenho um ponto que me marcou muito quando percebi que a Sue não era a Elisabeth mais jovem, e sim outra pessoa. Ela era a versão perfeita. E você pode estar se perguntando “aonde eu quero chegar comentando esse pequeno detalhe ?”
Bom, o que quero dizer é que a sexy Sue não era uma versão boa e melhorada da velha e capenga Elizabeth. Ela nunca existiu, ela é apenas uma versão idealizada pela Elizabeth que não tem uma história, apenas foi forjada. Ela é outra pessoa que simbolizou o início da sua total ruína.
E é isso que muitas pessoas vivem na vida real: elas vivem fingindo ser outra pessoa enquanto sua real eu está apodrecendo num quarto escuro capenga, escondida e sem amor.
Não vou dizer que devemos nos aceitar como somos, que somos todas perfeitas, etc. isso é discursinho de gente preguiçosa que não tem coragem de se lapidar e buscar sempre a sua melhor versão. Mas se deve ter um equilíbrio entre se tornar a sua melhor versão e se tornar algo ideal e perfeito que você fantasia ser possível existir.
Você replica o roteiro do filme A Substância sem nem perceber, porque até consegue fingir e parecer outra pessoa por um tempo como a sexy Sue conseguiu, mas depois a conta chega e você se depara com aquilo que realmente é e manteve escondido mofando em um quarto escuro.
Até quando vai conseguir fingir ser perfeita? Eu cansei, por isso estou aqui nesse exato momento te alertando.
Então para de se manter jogada num quarto sujo e escuro pra fingir ser algo que não é.
Elisabeth se desesperou quando perdeu a perfeição da beleza e da juventude porque ela nunca parou para perceber quem ela era e acreditou quando falaram que isso era tudo que ela precisava. Ela nunca parou pra criar algo que realmente queria e gostasse, ela viveu para ser amada pela sua beleza e no final sentiu que não tinha mais nada de importante.
E você? Até quando vai ficar escolhendo ter uma vida vazia? Até quando vai escolher só ficar performando ser algo que não é enquanto deixa o que realmente é largada num quarto escuro?
Sou apenas uma universitária quase se formando e empreendedora que já passou por muita coisa e agora quer ajudar outras mulheres! Caso esse texto tenha te ajudado de alguma forma, ajude para eu poder dedicar mais tempo para as criações dos textos da Rosapérola contribuindo no botão abaixo: